sábado, 18 de julho de 2009

FORTIM DE CUMAÚ E DEPOIS SANTO ANTÔNIO

Destruído o Forte inglês de Cumaú em 1631-1632, sobre as suas ruínas (vestígios) foi erguido, em 1658, um novo fortim, em faxina e terra, com a mesma designação (Forte português de Cumaú), por Francisco da Mota Falcão. De duração efêmera, foi por sua vez sucedido pelo Forte de Santo Antônio do Macapá (1688) (GARRIDO, 1940:25).

Forte de Santo Antônio do Macapá (1688)

Com a idéia de construir uma fortificação para a defesa da região de Macapá, o rei de Portugal, D. Pedro I (1683/1706), através de carta-régia de 21 de dezembro de 1666, facultou ao governador Gomes Freire de Andrade, a escolha de um local para construir a respectiva fortaleza, então em projeto. No ano de 1688, o governador do Maranhão e Grão-Pará, capitão Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho (filho de Feliciano Coelho), adotando as instruções do governador geral do Brasil, mandou levantar essa fortificação, a qual recebeu o nome de Santo Antônio de Macapá.

Em 31 de março de 1697, portanto 9 anos após a fundação do forte, o marquês Deferroles seguindo determinação do governador de Caiena, e, acima de tudo, ordens do rei da França (Luiz XIV), desrespeita um acordo de paz e expulsa os militares lusitanos da margem esquerda do rio Amazonas. Tudo isto sem muita dificuldade, pois, para se apossar da Fortaleza em questão, não necessitou de nenhuma artilharia. O forte localiza-se às proximidades da atual rodovia Salvador Diniz, que liga o Distrito de Fazendinha ao Porto de Santana, na embocadura do Igarapé da Fortaleza.

O governador do Maranhão e Grão-Pará, Antônio Albuquerque de Carvalho, que nesse momento achava-se inspecionando a praça de Gurupá. Sabedor da tomada desse forte, organizou, sob o comando de Francisco de Sousa Fundão, uma expedição militar constituída de 160 soldados e 150 índios flecheiros com destino a Macapá, seguida, mais tarde, de um minguado reforço, liderado por José Muniz de Mendonça. Vigiava a fortificação, uma guarnição de 43 homens, entre oficiais e soldados. Em 28 de junho de 1697, os portugueses realizaram o primeiro ataque para a retomada da Fortaleza, mas foram rechaçados, à bala, pelos inimigos.

Francisco de Sousa Fundão, analisando o fracasso da primeira investida, pensou em retirar sua tropa. Entretanto, não teve a aquiescência de João Muniz, que considerava a idéia absurda, pois o propósito da expedição era tomar o forte, a qualquer custo. Por causa da determinação de João Muniz, os portugueses recuperaram, em seguida, a Fortaleza de Santo Antônio de Macapá.

Deste modo, conforme previsto em lei, precisamente no Art. 1º do Tratado Provisional de 4 de março de 1700, sancionado pelos portugueses e franceses, a fortaleza deveria ser demolida. Conforme este acordo bilateral - pelo qual foi neutralizado o território com a Guiana Francesa – ficou acertado que se deveria: Desamparar e demolir, por el-Rei de Portugal, os fortes de Araguary e Cumaú e retirar a gente e tudo o mais que neles houver e as aldeias de índios que os acompanham e formarem, para o serviço e uso dos ditos fortes, e depois da ratificação do tratado provisional, achando-se mais alguns fortes pela margem do rio Amazonas , para o cabo do Norte e costa do mar até a foz do rio Oiapoque, se demolirão igualmente com os de Araguary e de Cumaú. (Reis, Arthur Cezar, 1993)

Apesar das determinações, atendendo pedido do governador do Pará, Fernando Carrilho, o forte de Santo Antônio de Macapá não foi demolido. Contudo, a fortaleza não recebeu a devida manutenção e pouco a pouco foi se transformando em ruína. Além do mais, pelo seu aspecto arquitetônico de pouca resistência, não oferecia segurança, no caso de nova invasão, foi construída de “pau-a-pique”. Sua construção foi levantada por volta de 1763, mas sua planta de fortificação só ficou pronta 75 anos depois, quando se estudavam as fortificações de Macapá, por determinação do governador do Maranhão e Grão-Pará, Fernando da Costa de Ataíde Teive.

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